Subiu para 36, nesta terça-feira (5), o número de cidades afetadas pelas fortes chuvas que atingem diversas regiões de Pernambuco, desde a sexta-feira (1º). De acordo com o secretário executivo da Defesa Civil de Pernambuco, tenente-coronel Leonardo Rodrigues, 9.731 pessoas tiveram que deixar suas casas por causa do temporal (veja vídeo acima). Há, ao menos, uma morte registrada. O corpo do auxiliar de serviços gerais Alex Fernando da Silva, de 20 anos, que foi arrastado pela correnteza em Jaqueira, foi encontrado na manhã desta terça-feira (5), segundo a prefeitura. Ele era procurado desde o domingo (3). Na cidade de Iati, no Agreste pernambucano, um agricultor de 64 anos morreu ao tentar desentupir bueiros, no domingo (3). O governo estadual, no entanto, não informou se essa morte foi contabilizada como sendo em decorrência das chuvas. Além deles, seguia desaparecido José Roberto da Silva, que saiu de casa no sábado (2) para olhar como estava a enchente e caiu de uma ponte em Catende, segundo a prefeitura. Nesta terça-feira (5), as equipes aguardavam o tempo melhorar para retomar as buscas por eles. Situação de emergência Segundo secretário executivo da Defesa Civil, do total de cidades afetadas pelas chuvas, 25 enviaram ao governo decretos pedindo o reconhecimento de situação de emergência nas localidades: "O número atual de pessoas desabrigadas é de 1.413, e de pessoas desalojadas, 8.318. Esse número é dinâmico, pode ser atualizado durante o dia, e também pode ser diminuído, a depender da evolução desse desastre", afirmou o secretário. De acordo com o monitoramento da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), entre a segunda-feira (4) e esta terça-feira (5), o local em que mais choveu foi Cortês, na Zona da Mata Sul, com mais de 60 milímetros. Em seguida vem Bonito, no Agreste, com 56 milímetros. O secretário afirmou que a previsão é de que a intensidade das chuvas diminua consideravelmente. "A tendência é de que as chuvas diminuam e que as pessoas que estão fora de suas residências retornem para fazer a limpeza e, aí, com as condições de segurança permitindo, eles voltem a suas residências", afirmou. Leonardo Rodrigues também afirmou que julho é, historicamente, o mês que mais chove durante o ano. E a Zona da Mata Sul, geralmente, é a região onde mais chove no estado. Em 2010, uma forte enchente na bacia do Rio Una deixou 20 mortos e pelo menos 82 mil pessoas fora de casa. Na época, durante a gestão do ex-governador Eduardo Campos (PSB), foi prometida a construção de cinco barragens de contenção. Doze anos depois, somente uma foi entregue: a de Serro Azul, em Palmares, que leva o nome justamente do ex-governador, morto num acidente aéreo em 2014. "Mesmo a Apac informando que a chuva vai ser fraca, qualquer precipitação pode trazer esse cenário que a gente está vendo, porque existem hoje 25 reservatórios acima de sua capacidade. A água não vai ser contida em alguns reservatórios, vai passar pelo rio, procurar seu destino final e, por onde ela passa, pode deixar um rastro de destruição", afirmou o secretário Leonardo Rodrigues. Previsão As chuvas devem continuar, mas com intensidade fraca, ao longo de toda a semana, na Zona da Mata, Agreste e Grande Recife, segundo a Apac . “O sistema que estava atuando para provocar as chuvas, que pegou a Mata Sul no final de semana, ele enfraqueceu. Teve seu ciclo encerrado. Agora, vai dar uma parada nas chuvas, vai ficar algumas chuvas isoladas, pancadas, céu parcialmente nublado”, explicou o meteorologista Patrice Oliveira. Atualmente, a situação nessas três regiões do estado é de observação, explicou Oliveira. “Tivemos chuvas sequenciais que já ocorreram nessa região. Apesar de chover pouco, o solo já está muito saturado, os rios já estão em nível de atenção. Por isso, as pessoas devem ter cuidado”, disse. g1 PE.