Um vídeo mostra o pintor Luis Carlos Lira, de 48 anos, trabalhando na sede da Prefeitura de Escada, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, em uma tábua amarrada em uma corda, instantes antes de cair de uma altura de dez metros e morrer. As imagens enviadas para o WhatsApp da TV Globo mostram o trabalhador pendurado e sem equipamentos de segurança . O flagrante foi feito pelo filho dele, Generson Luiz Lima da Silva, de 29 anos, que também trabalhava no local. "Olha lá meu coroa, está sentado aqui. A gente vai tirar essas telhas aqui para depois pintar", conta. Ele alerta para o perigo da situação. "É louco, sem cinto... a tábua amarrada na corda aqui. É doido", diz. O trabalhador chegou a ser levado para o Hospital Regional de Escada, mas não resistiu aos ferimentos. A Polícia Civil informou que instaurou um inquérito para apurar uma "morte acidental" e que a investigação será conduzida pela Delegacia de Escada. Uma equipe do Instituto de Criminalística (IC), da Polícia Científica, esteve no local do acidente e constatou que a vítima não usava Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Os policiais acharam a corda e o pedaço de madeira que eram usados pelo pintor quando ele caiu no chão. Em entrevista ao g1, Generson contou como tudo aconteceu. Pai e filho estavam pendurados trabalhando com uma furadeira. "Eu tinha que descer a corda para ele tirar parafusos", lembrou. Chorando muito, o filho da vítima afirmou que viu tudo. "Eu estava lá segurando ele. Vi quando a corda partiu e quando ele caiu com tudo", disse. Ainda na entrevista, o filho se queixou da falta de equipamentos de segurança. "Eles não deram nada. Até a corda era do meu pai. É muito doloroso", afirmou. O g1 procurou a Prefeitura de Escada para pedir uma resposta sobre a falta de equipamento de segurança e sobre o suporte aos familiares do pintor, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Outro caso Na terça (3), um homem morreu ao instalar um refletor em um condomínio residencial em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Segundo a perícia técnica, o porteiro Luiz Marinho Júnior, de 42 anos, levou um choque elétrico e caiu de uma altura de 2,5 metros. No dia do acidente, o perito André Amaral, do Instituto de Criminalística (IC), disse que Luiz Marinho Júnior não usava todos os equipamentos de proteção, como determina a legislação. Na quarta (4), o Sindicato dos Trabalhadores em Condomínio de Pernambuco (SIEEC) realizou uma vistoria no prédio. A entidade disse que os administradores devem exigir aos contratados o uso de equipamentos de proteção individual. G1 PE.