Sexismo e racismo são temas endêmicos nos videoclipes, que são formas veladas de estimular a violência contra a mulher. A constatação está em uma pesquisa encomendada pela organização britânica End Violence Against Women Coalition, Imkaan and Object, que afirma ainda que as mulheres, especialmente as negras, são retratadas de forma "hipesexual" nos clipes.
Intitulado "Pornographic Performances" (Performances Pornográficas), o relatório diz que os homens são mostrados como figuras dotadas de "poder e dominação, e as mulheres aparecem como meras receptoras passivas dessa visão".
Dessa forma, os espectadores que assitem aos vídeos em um ambiente controlado estariam mais propensos a considerar o comportamento promiscuo masculino admirável, enquanto as mulheres com vários parcerios sexuais seriam vistas como meras "vadias".
As conclusões estão sendo enviadas a diretores da indústria da música, órgãos reguladores de mídia e políticos do Reino Unidos. A organização pede que seja inserida classificação etária nos clipes, que as gravadoras ouçam a opinião de mulheres antes de lançarem os vídeos e que a educação sexual, principalmente a relacionada à igualdade de gênero, seja reforçada nas escolas.
"Acreditamos no direito das mulheres à autoexpressão e liberdade. Nossa preocupação é como a indústria da música usa videoclipes mais como um veículo para colonizar e mercantilizar os corpos das mulheres negras. Apelamos à indústria da música para considerar o que as mulheres jovens e as evidências estão dizendo."
Em 2013, a End Violence Against Women Coalition elegeu o cantor Robin Thicke, como o "sexista do ano", após lançar o polêmico clipe de "Blurred Lines", em que aparece rodeado de modelos seminuas cantando versos como "Mas você é uma animal / Baby, está na sua natureza / Apenas deixe-me libertar você / Você não precisa de nenhum documento".