O Conselho Tutelar informou ao g1 nesta terça-feira (24) que recebeu denúncias de que o menino que foi jogado pela madrasta do 4º andar de um prédio em Maceió era deixado sozinho em casa na companhia apenas de dois adolescentes, um de 12 e outro de 14 anos. Diante das informações, o pai pode ficar sem o filho quando ele receber alta. Os adolescentes são filhos da madrasta que confessou ter jogado a criança de 6 anos durante uma briga. O crime aconteceu na madrugada de segunda-feira (23). O menino segue internado no Hospital Geral do Estado (HGE). Ele deu entrada com ferimentos no rosto e escoriações pelo corpo. Segundo o último boletim médico, o quadro clínico tem evoluído bem e o estado de saúde permanece estável. Diante das denúncias, o Conselho Tutelar entrou em contato com parentes para que o menino fique sob responsabilidade deles quando receber alta médica. "O Conselho aplica medidas de proteção. Não cabe ao Conselho definir questão de guarda, isso cabe ao Poder Judiciário. Mas o Conselho tem autonomia de retirar essa criança de onde está tendo seus direitos violados e deixar em lugar seguro e adequado até a Justiça definir com quem vai ficar essa criança", disse Everton Pita, presidente dos Conselhos Tutelares. Os conselheiros localizaram duas tias da criança que se mostraram interessadas em ficar com o menino até que tudo seja resolvido. "Estamos analisando junto ao colegiado e fazendo uma busca ativa da família e já conversamos com as tias e elas têm interesse em ficar [com o sobrinho]. Então, provavelmente o nosso Conselho vai deixar com uma dessas tias", complementou Pita. O conselheiro disse ainda que as denúncias serão apuradas ao longo da investigação policial. Também chegou ao conhecimento o Conselho informações sobre o relacionamento conflituoso que o casal mantinha. "Há relatos de que a madrasta tinha ciúmes dessa criança". Polícia faz perícia no local do crime Na tarde desta terça-feira (24), a Polícia Civil esteve no apartamento de onde o menino foi jogado. O delegado Thiago Prado acompanhou o trabalho da perícia científica que levantou dados como tamanho do apartamento, distância da janela, disposição dos móveis na sala, entre outros detalhes. As informações devem ajudar a entender a dinâmica do crime. "O que a gente constatou é que, diante da distância do local em que a criança foi encontrada, o menino realmente foi arremessado. Ele não caiu em linha reta", disse o delegado. Thiago Prado disse ainda que uma reconstituição da cena do crime só deve ser feita caso haja alguma contradição no andamento do inquérito. O pai da criança acompanhou os trabalhos da polícia no apartamento. O delegado disse que ele repetiu a versão dada no primeiro depoimento. Adriana Ferreira da Silva, de 31 anos, foi presa e autuada em flagrante por tentativa de homicídio. Em entrevista à TV Gazeta, ela falou que brigava muito com o pai do menino por ciúmes, mas que perdeu a cabeça na última briga porque o companheiro ameaçou o filho mais velho dela, de 14 anos. "A gente discutiu. Ele [o pai da vítima] ficou ameaçando o meu filho mais velho. Eu disse a ele, se você matar o meu filho, eu mato o seu também. A gente ficou discutindo dentro de casa, foi na hora que eu peguei o filho dele e joguei", admitiu a mulher. O pai da vítima negou que tenha ameaçado o filho da companheira. Em uma versão diferente, ele diz que ela estava bebendo na área comum do residencial, brigou com uma vizinha e ficou irritada porque não recebeu o apoio que esperava. "Pensei que ela tinha jogado minhas roupas", disse. Nesta terça, a Justiça decidiu pela manutenção da prisão de Adriana. Em audiência de custódia realizada durante a tarde, ela teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva. Ela foi encaminhada ao Presídio Feminino Santa Luzia, em Maceió. G1 AL.